domingo, 6 de setembro de 2009

Discurso Republicano, Prática Narcisista


Há quem diga que historicamente, o Brasil se divide em quatro camadas sociais: os honestos, os criminosos, os malandros e os otários.

Nessa perspectiva os nossos costumes não são ingênuos e as nossas leis não solucionam os nossos problemas. Isto vale, por exemplo, para, na hora de conseguir as coisas, alternativas como o famoso "jeitinho brasileiro" e o "sabe com quem você está falando".

Isso nos faz pensar no amontoado de leis inúteis produzido pelos nossos parlamentares semanalmente. Umas visam beneficiar os amigos, outras punir os inimigos, ou seja, nesta ótica, nenhuma lei serve para todos; alguns por se dizerem autoridades, outros por questão de supostas necessidades.

E ainda me vem alguns imbecis dizendo que "lei não se discute, se cumpre". Mas, que lei? A que pune os inimigos com rigores, ou a, que alimenta os amigos com benesses?

Diante desse quadro lastimável só nos resta concluir que o que falta ao Brasil não são leis, mas sim bons hábitos e bons costumes, baseados em princípios fundamentados na ética.

Desafio qual o parlamentar que ouse provar que o seu mandato tem algo de republicano. O que se vê na prática são políticos reféns de envolvimentos, não importa se escusos, ou não, mas entraves que os impedem de agir conforme manda o espírito republicano.

Uns falam em educação, outros em saúde, alguns em segurança, porém na hora de aprovarem as leis estão amarrados em seus próprios egos, ou conchavos de compadres.

Com isto, conclui-se que o Brasil só vai deixar de ter problemas desse tipo na hora que seu povo for conscientizado das feridas provocadas pelos seus próprios males.

Enquanto isso não acontece, a fome, a violência, a corrupção, as epidemias prosperarão de maneira cada vez mais irrevogável.

O que fazer para salvar o país nesse "salve-se quem puder" inconseqüente?
Antônio Leitão
O cego de visão