quinta-feira, 1 de julho de 2010

EDUCAÇÃO POLÍTICA




Hoje é primeiro de Julho, dia em que nos deparamos com as definições do senário político que nos levará a escolher quem queremos para dirigir os destinos do Governo do Distrito Federal, a partir de 2011.

Para as eleições proporcionais daqui, teremos em torno de 1200 candidatos a Deputado Distrital, ou seja: você corre o risco de, no local onde estiver, para o lado que se virar, encontrar um destes candidatos.


Nestas horas vão aparecer: os embaixadores, os salvadores, os precursores, os defensores disso ou daquilo, mas que na verdade, nunca estiveram perto de você, na hora em que você mais precisou. Por exemplo, conheço um candidato que, apesar de estar com 52 anos em 2010, votou pela primeira vez em 2006 e ninguém vai questioná-lo em lugar nenhum.

Vivemos num País onde sobram vagas no mercado de trabalho por falta de qualificação de mão-de-obra, ou melhor: como o empresário quer ganhar dinheiro e cuidar bem do próprio negócio, rejeita a mão-de-obra desqualificada.

Muito recentemente, o Programa CQC da TV Bandeirantes, colocou uma equipe dentro da Câmara Federal para colher assinaturas em prol de um suposto projeto que acrescentaria à cesta básica, uma garrafa de cachaça. Resultado: dos muitos parlamentares abordados, apenas dois se recusaram a colocar suas assinaturas no referido projeto. O mesmo Programa de TV fez uma enquete para saber se os parlamentares sabiam quais estados estão sendo
atingidos por temporais de chuvas e a maioria demonstrou desconhecimento total.

Queremos dizer com isso que se os nossos eleitores tivessem, pelo menos, o mínimo de vocação empresarial, com certeza, também sobrariam vagas nos parlamentos brasileiros por falta de qualificação de mão-de-obra política.

Será que a maioria dos candidatos a Deputado Distrital daqui, sabe o que é uma Lei auto-aplicável, um vício de iniciativa, ou até mesmo, o que é uma Lei operacional? Como sabemos, a maioria das Leis aprovadas pela nossa CLDF é inconstitucional, mas não basta só ser inconstitucional, estas leis também, não são operacionais, por isso não pegam, ou seja, não existe Lei que não pega, existem Leis que jamais deveriam ter sido apresentadas em forma de projeto em qualquer plenário legislativo. Vale aqui salientar que o maior pecado destas Leis está na forma de concepção, não no conteúdo do benefício reivindicado.

Vou concluir dizendo que os nossos políticos e suas respectivas práticas são frutos da sociedade em que vivemos e que os futuros Deputados Distritais e Federais daqui, serão espelhos de cada um de nós, pois, serão eleitos com os nossos votos. E aí, que tipo de voto você quer dar? o voto da simpatia e das afinidades pessoais de interesse pessoal, ou voto da escolha construída de acordo com as regras da consciência coletiva, que é o voto competende?

Dizemos isso porque hoje quando se vai pedir um voto a alguém, logo se escuta, tenho uma
religião, uma associação, um sindicato ou patrão. Não se trata mais o voto como um  instrumento de resolução coletiva mas como uma arma de demarcação de terrenos seguimentados.

Estamos falando do famoso voto de cabresto-corporativista que, na verdade, é o mais desqualificado de todos os votos. O voto corporativo não é o voto de causas, é o voto de
guetos. O voto de causas defende os direitos das pessoas com deficiência em geral, não apenas o direito do cego, do surdo, do cadeirante etc. O voto de gueto defende o direito do bombeiro, do PM, do Policial Civil, etc, não os direitos dos policiais em geral.

É hora de aprender a votar.

Antônio Leitão

O cego de visão.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Despolitização da Política Brasileira

A palavra Política, em seu sentido literal, significa coisa pública.
Isto nos lembra a antiga Grécia, quando as pessoas livres se reuniam na Ágora, para discutir os destinos da sociedade como um todo. É a Polis-= Cidade. Até a pouco tempo, prostituta, em alguns lugares daqui, significava mulher pública. Como se vê, por aqui, sempre que há indícios de que algo pertence a muitos ou a todos, logo adquire um significado pejorativo.

Enquanto na China, quando alguém divide um problema entre um maior número de amigos, tanto mais leve se torna o incômodo individual. Por aqui, o segredo é a alma do negócio. Aqui, confunde-se ambiente
privativo com esconderijo; transparência com escândalo.

Enfim, aqui a coisa pública a ninguém pertence; por isso, cada um pode pôr a mão em proveito próprio. Daí, a razão explícita da administração caseira onde, um carro oficial pode ser usado para transportar os filhos de qualquer administrador público sem sofrer nenhuma sensura e, aquele que fizer qualquer crítica sobre isso, não passa de um grande invejoso.

Por aqui, é mais cômodo hostilizar a Política do que desprezar os maus políticos.

Com este preâmbulo, quero contar uma História.

Outro dia, ao ver uma pessoa demonstrando extremo entusiasmo pela causa dos deficientes visuais, abordei-a para pedir apoio para a minha futura candidatura e fui rechaçado com a seguinte frase: "tudo, menos política".

É claro que esta pessoa não seria obrigada a atender de pronto, ao meu apelo. Entretanto, se ela dissesse que já tinha assumido algum compromisso com alguém, eu entenderia, mas, dizer não, apenas por se tratar de uma proposta política que poderá levar uma pessoa com deficiência ao empoderamento e à verdadeira inserção social? Com certeza, há algo de podre no reino da consciência coletiva brasileira.

Só a partir daí, pude tomar consciência de que a política brasileira está, de
propósito, sendo despolitizada, porque o que interessa à maioria das
pessoas que está almejando a algum cargo público, o está fazendo não
para fazer política, mas porque tudo o que este indivíduo quer é o Poder
pelo Poder, aqui e agora. Ou seja, ele não está com a sua atenção voltada para
o bem-estar de todos, mas, para saber quantas pessoas vai empregar, caso ganhe a próxima eleição.

A ojeriza à Política e não aos políticos ruins esconde, na verdade, a falta de coragem de uma sociedade que se recusa a colocar o dedo numa ferida que, caso exposta, removeria do poder, a grande maioria dos
corruptos coptadores da ambição ingênua daqueles que querem crescer através da lei do menor esforço, por isso, nunca crescerão, ficando à mercê das migalhas que caem dos arremedos de supostas Políticas públicas produzidas pelos gananciosos donatários do Poder público no Brasil.

Não é a Política que é a verdadeira representante das sugeiras do Brasil. A sugeira do Brasil está nos mecanismos inescrupulosos com que os contendores em geral, usam para vencer a qualquer preço, a qualquer competição que possa participar. Isto vai desde uma mera disputa dentro do ceio familiar, passando por prefeituras de bairros, igrejas, associações, sindicatos, escolas, hospitais, empresas em geral, até chegar aos cargos estatais.

Portanto, quando dizemos que a sugeira está na Política e não nos políticos ruins, é porque nos recusamos a reconhecer e a curar as nossas próprias feridas. E em assim fazendo, estamos jogando fora a grande  oportunidade de cortar o mal pela raiz e, ao mesmo tempo, estamos dizendo não à renovação dos atores que ocupam o Poder Público.

Então, a partir deste posicionamento, condenamos a todos a permanecer num lamaçal que, na verdade, nada tem de terapêutico porque não incomoda a ninguém, a não ser, através dos discursos públicos. Por tudo isso, já passa da hora de começarmos com a máxima urgência, a repolitização da Política brasileira. Do contrário, estaremos fadados a um eterno abismo sem fundo como eternos expectadores de uma esperança em um futuro inalcansável, não porque não seja possível; mas porque somos passivos, inertes e incapazes de assumirmos qualquer responsabilidade neste sentido.

Só se pode mudar uma casa, quando os seus respectivos donos tomam alguma iniciativa com este intuito, ou melhor, nada começa sem que haja um ponto de partida, como pressuposto fundamental de qualquer construção. E no País do engodo e do agrado, onde ninguém tem coragem de se expôr pra não mostrar a cara nem a cor, não existe atitude firme, mas, afagos frios, calculistas e covardes com o claro intuito de
fazer preservar o "Deixa estar como está, para vê como é que fica".
Devemos ter muito cuidado com as afirmações de que o Poder é constituído por Deus e nisso justificar o fato de não querermos ir contra as más autoridades políticas que não atendem às necessidades do povo,  mas se esbaldam no poder, às custas da miséria das massas.

Nós vivemos na terra e, aqui quem decide em quem votar é o homem, mesmo quando influenciado por supostos intermediários de Deus.

Antônio Leitão

O cego de visão.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Encontro com parlamentares no Senado, na luta pela aprovação do PLC 040/2010, que trata da Aposentadoria Especial da Pessoa com Deficiência.

domingo, 9 de maio de 2010

NOVOS TEMPOS, NOVOS RUMOS!

É claro que em seus cinco mandatos, o Deputado Benício Tavares acabou produzindo inúmeras conquistas importantes para as pessoas com deficiência do DF, incluindo algumas políticas públicas interessantes como por exemplo, a quebra do tempo de validade dos atestados médicos para as pessoas com deficiência permanente, mais ressentemente.

Entretanto, não é difícil comprovar que a maioria das conquistas produzidas pela atuação deste parlamentar, foram concebidas e construídas sempre na perspectiva da dependência, do cárcere, do
assistencialismo e do claro incentivo no sentido de que as pessoas com deficiência devam fazer opção pelo parasitismo em vez do protagonismo da sua própria causa.

Por entender que o tempo é o Senhor da Razão e que, na medida em que o tempo passa, mudanças inevitáveis acontecem a todo momento, cabe a nós, cidadãos atentos, promovermos as devidas mudanças nas nossas perspectivas e expectativas de vida, em conformidade com a velocidade em que o tempo caminha.

Estamos falando de autodefesa, autodeterminação, autonomia e de produtividade. Por isso, sempre somos adeptos da tese de que deficiente produtivo é Homem livre, portanto, feliz. Já que a Educação liberta e o Trabalho afirma a independência humana, por que não começarmos por aí? Na medida em que soubermos construir e conquistar espaços sociais com acessibilidade plena, uma Educação instrumentalizada e equipada em todos os níveis para atender a todos prerrequisitos que nos garantam uma formação intelectual e instrucional de acordo com os avanços das ajudas assistivas tecnológicas, então teremos ao alcance das nossas próprias mãos, o êxtase do privilégio de sabermos que a nossa inserção social estará assegurada e que, a partir daí, todas as nossas ascenções humanas serão possíveis.

Vale salientar que, a acessibilidade em espaços sociais e uma Educação de qualidade são conquistas inerentes aos nossos direitos humanos de cidadãos partícipes da construção de uma justiça social comum a todos os brasileiros.

Entretanto, a necessidade de trabalho, emprego e renda é uma lacuna que tem que ser preenchida, porque se trata de um Direito indispensável como garantia fundamental da efetiva abertura de todos os caminhos que nos levarão à conquista incontestável da nossa cidadania plena. Esta cidadania plena só ocorrerá quando conquistarmos autonomia de Fato e de Direito. Para isso, precisamos de uma qualificação profissional especializada, que leve em conta o estudo objetivo das nossas limitações, individuais e coletivas, na perspectiva da superação viável, não, da ilusão suceptível.

Nossas limitações jamais serão nossas inimigas, se tivermos a exata noção das nossas vocações,
potencialidades e possibilidades, para que possamos com autonomia e discernimento, construir as nossas próprias escolhas. Quem escolhe bem, tem mais chances de superar as barreiras do dia-a-dia.

Esta reflexão está sendo feita para mostrar que, não só a atuação do Deputado Benício como também, a interferência de muitas outras pessoas do País inteiro, que se dizem ardorosas  defensoras da causa das pessoas com deficiência, vêm ao longo dos tempos, reduzindo estas pessoas, à pífia condição de pedintes compulsórios. E como se sabe, um pedinte compulsório não desperta respeito, causa preconceito. E que fique bem claro, um indivíduo só pede pela condição e jamais pela deficiência.

Portanto, quando constatamos isto, é porque algo está muito errado.


Por isso, vimos por meio deste propor, não só a todas as pessoas com deficiência como também aos seus familiares e amigos, a construção de um pacto coletivo e favorecedor da criação de um ambiente próprio, próspero e propício à viabilização de novos rumos e novas perspectivas para as pessoas com deficiência, conofrme os ditames da Convenção da ONU.

Sou Coordenador do núcleo de Base das Pessoas com Deficiência do PSB e convido a todos, para que juntos, possamos abrir esta nova estrada.

Antônio Leitão

O cego de visão.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

REFRESCANDO A MEMÓRIA

A matéria abaixo é o perfeito exemplo do que é ser o suprassumo da cara de páu do descaramento e da pouca vergonha.
 
É uma clara demonstração de quem tem despreso pela inteligência das pessoas.
Muito ao contrário dele, Eurides Brito pode ter todos os defeitos do mundo, mas não vai renunciar, mesmo sabendo que sua cassação é quase certa. Roriz renunciou porque é desonesto, como todos os outros que estão fazendo isso até hoje. Eurides não renuncia e demonstra dignidade. Como ela mesma diz: "Não quero deixar para os meus netos o ato covarde de me declarar culpada sem passar por qualquer julgamento.
Parabéns Depa. Eurides, poresta atitude de não renunciar. Meus pêsames Depa. Jaqueline Roriz.
 
Antônio Leitão
O cego de visão.



04/07/2007 - 21h02
Roriz renuncia ao mandato para escapar de processo de cassação
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GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI- da Folha Online, em Brasília
O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), 70, renunciou hoje ao mandato parlamentar para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Por meio de carta, lida pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), Roriz fez críticas ao "desapreço" dos colegas, à atuação do corregedor-geral Romeu Tuma (DEM-SP) e ao "furor da imprensa".
Lula Marques/Folha Imagem
Roriz ajoelhou e rezou na Catedral de Brasília após se defender
"Às vezes, da renúncia depende a honra do cidadão. Nessas denúncias todas, pesaram apenas o propósito de destruir uma vida pública", disse ele na carta.
Com a renúncia, Roriz evita o processo que, no limite, poderia cassar seu mandato e torná-lo inelegível até 2022 --quando terá 86 anos (ele completa 71 anos em agosto).
Roriz disse que sua decisão foi tomada em respeito aos eleitores do Distrito Federal. "São por essas razões que sou obrigado a tomar [essa decisão], por respeito ao povo do Distrito Federal. Não temo que meu gesto seja interpretado como demonstração de fraqueza. Prefiro acreditar na grandeza que se pode colher quem vive os fatos da história."
Ele demonstrou ter ficado magoado com o corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), que disse que as denúncias contra o colega eram graves. Roriz disse o corregedor que não se ateve às cautelas éticas.
O peemedebista também se queixou da falta de coleguismo, já que somente 12 senadores acompanharam seu discurso de defesa. Hoje, somente cinco senadores estavam no plenário durante a leitura da carta de renúncia.
A renúncia foi apressada pela decisão da Mesa Diretora do Senado de encaminhar a representação do PSOL contra Roriz para o Conselho de Ética. Para evitar o processo, Roriz precisava renunciar antes de ser notificado pelo conselho.
Como o presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que notificaria Roriz nesta quinta, o senador peemedebista encaminhou na noite desta quarta-feira sua carta de renúncia.
Denúncias
Roriz foi acusado de quebra de decoro após a divulgação de conversas telefônicas que o mostraram negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol.
As gravações foram realizadas durante a Operação Aquarela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro do BRB.
O ex-governador negou as acusações e disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê --quantia descontada de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário. O dinheiro, segundo ele, teria sido utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.
Nos últimos dias, as denúncias contra Roriz ganharam um elemento extra com a publicação de uma reportagem da revista "Veja", informando que Roriz teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições do ano passado.
Renúncia em bloco
Roriz tentou articular, até o último momento, apresentar um pedido de renúncia em bloco. Ou seja, renunciariam ele, o primeiro suplente, Gim Argello, e o segundo, Marcos de Almeida Castro.
A renúncia em bloco abriria uma vaga de senador pelo Distrito Federal, já que não haveria substitutos para Roriz. Com isso, a Justiça Eleitoral teria que convocar nova eleição no prazo de 90 dias. A expectativa de Roriz era conseguir ser eleito novamente para o Senado.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Agnello Não é Réu

Conforme informações de amigos que viajaram pra fora do DF ressentemente, hoje, o povo por lá, nos olha com muito mais desconfiança, é claro, depois da divulgação do espetáculo de escândalos, nos quais está envolvida uma boa parte dos responsáveis pelos Poderes daqui.



Na prática,todos os moradores do Distrito Federal estão sofrendo punição moral por causa do mal comportamento das nossas autoridades constituídas. E, o que é pior, não se pode fazer nada de imediato, porque fomos nós quem as colocamos onde estão e estamos nas mãos delas, não só porque elas são maioria absoluta no controle do poder, como também faltam-nos mecanismos apropriados de proteção com efeito rápido, que pudessem nos livrar deste terrível embrolho.


Estamos no caos moral e ético, jamais visto em lugar nenhum e ainda estamos sendo punidos a priori, e totalmente sem defesa. É muito bom salientar que só chegamos aqui, porque talvez tenha nos faltado coragem, decência e vergonha na cara para tomarmos sérias providências no sentido de buscar alguma forma de reprovar os atores-autores deste esquema maléfico que tanto nos incomoda neste exato momento.


Como sabemos, nada há de novidade para ninguém, basta voltar ao início dos anos noventa para encontrarmos: o Consórcio do Metrô, o empreguismo da NOVACAP e das Administrações regionais, ICS, a farra de lotes, os Anões do Serrado, supostos desvios de verbas em áreas essenciais, privatização dos semitérios, os Vampiros da Saúde, supostos contratos superfaturados em obras inacabadas ou em prestação de serviços de péssima qualidade, o escândalo do rio Bartolomeu, o escândalo do rio Amazonas, parlamentar acusado de matar pessoas e que adulteraria publicações do Diário Oficial da CLDF, escândalo da merenda escolar e do Professor Nota Dez, grilagens de terras com evidências de partipação de parlamentares...


Enfim, ao longo dos tempos tudo isso vem acontecendo e pelo visto, com acobertamento orquestrado por vários setores importantes da nossa cidade. Alguns por levarem vantagens, outros por nutrirem esperanças nisto e os demais por pura acomodação plena.


Quem não se lembra das denúncias de suposto engajamento político de membros da nossa polícia civil em períodos eleitorais? Quem não se lembra dos Habeas Corpus, das liminares, enfim, dos recursos absurdos aceitos pela justiça, em favor de muitos denunciados? De repente, somos "surpreendidos" a conta gota, em dose homeopática, com a explosão de um escândalo magistral, muito provavelmente, a serviço de interesses escusos e todo mundo é "inocente".


Diante de tanta sujeira, ainda existe gente querendo fazer tempestade em copo dágua, só pelo fato de que Agnelo Queroz possa ter visto vídeos a respeito desse escândalo há meses. Até parece que a maioria das denúncias feitas neste país não morrem na praia e que os denunciantes correm sérios riscos, inclusive de desmoralização por parte de quem tem que investigar. Eu quem o diga...


Além do mais, convenhamos, não só Agnelo como tantos outros figurões partidários locais e, provavelmente até membros da imprensa, viram vídeos ou ouviram promessas claras de vingança.

Conforme evidências de críticos da nossa Imprensa, teria havido orquestração até na hora de se fazer a explosão do balão de ensaio que aí está. É balão de ensaio sim, porque ainda há muitas feridas a serem tocadas e isso inclui estatais e prováveis envolvimentos escabrosos de políticos locais com políticos do Entorno.

Bem, diante de todo este quadro de gravidades irreparáveis, querer fazer de Agnelo Queroz um dos principais vilões da história, me parece uma grande piada e um tanto quanto perigosa. Mais do que nunca, é hora de rediscutirmos o nosso surrado Distrito Federal em todos os sentidos possíveis e imagináveis.


E é importante que se faça isso na perspectiva de que se encontremos curas definitivas para os males que tanto têm nos afetado ao longo dos tempos.


É preciso que busquemos saídas que nos assegurem uma vida digna e tranquila a médio e longo prazo.
O Distrito Federal precisa respirar em paz e o nosso povo merece respeito.


"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".




Antônio Leitão


O cego de visão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DO FUNDO DO BAÚ

Não faça de sua Bíblia uma arma, a vítima pode ser você.







A assimetria de acessibilidade é um mal desnecessário, tanto ao direito à comunicação quanto ao direito de ir e vir. Cabe às regras do desenho universal servirem de parâmetro para que todas as obras físicas, escritas, faladas, pensadas etc, se transformem em caminhos viáveis que garantam o bem-estar de todos.






"É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino do Céu". Até parece que todas as lideranças religiosas têm completa aversão à riqueza. Até parece que a teologia da libertação não foi trocada pela teologia da prosperidade e que nenhuma igreja detém qualquer patrimônio. O camelo do qual se refere a frase supracitada, é uma corda bem grossa; não o animal das Arábias.






Além das contradições mensionadas, a palavra camelo demonstra a completa falta de interesse em atualizar o vocabulário bíblico em conformidade com as línguas modernas, contanto que existam algumas tentativas sem grandes significações e intenções efetivas.






Conforme se sabe, até o advento do protestantismo, a Bíblia era uma obra privativa, onde tão somente os padres tinham acesso exclusivo. Lutero então, teve a brilhante ideia de trazer este livro para o ceio do povo. O problema é que além do povo ser analfabeto, Lutero ao traduzir a Bíblia teria, ao mesmo tempo, consolidado o idioma alemão através do exercício da construção feita; daí, ter nos legado alguns equívocos semânticos que, até hoje não incomodam aos seus seguidores.






A Bíblia tanto quanto o Alcorão, é um Tratado Ético-Filosófico da melhor qualidade, só que usado como uma leitura misteriosa, quase que indecifrável, segundo alguns supostos iluminados. Conforme estes, que se dizem tão seguidores de Lutero quanto de Cristo, o texto da Bíblia seria cheio de simbologia, por isso sua interpretação só estaria ao alcance dos escolhidos. Mas, que escolhidos? Os estudiosos buscadores de verdades ou as cúpulas compostas por enganadores do povo?






Inclusive, há quem fale até em verdade de Deus e verdade do Mundo. Se Deus criou o mundo conforme defendem com unhas e dentes os criacionistas, porque duas verdades? Bem, este ensaio analítico está sendo feito, não porque tenhamos qualquer óbice às práticas religiosas ou à Bíblia; mas, porque entendemos que nenhum instrumento construído em prol do bem comum, pode ser usado como arma de dominação contra a respectiva efetivação do próprio bem comum.






Na medida em que se tenta transformar aquilo que deveria ser o principal caminho de libertação do povo, em obstáculo feroz a este objetivo, é porque só pode ter alguém querendo levar algum tipo de vantagem escusa. E, até onde se saiba, só as cúpulas são capazes desta terrível atrocidade. Como já foi dito, onde houver teias de segredos, há sugeiras, traições, ganância, chantagens, subornos, delações: premiadas, ou não, enfim, formação de quadrilhas prontas para o enriquecimento ilícito.






Também deve-se salientar que o princípio básico dos segredos de segurança nacional é subterfugiar mecanismos escusos que garantam a impunidade das autoridades em relação aos seus deslises. Por exemplo, há muitos gastos através dos cartões corporativos dos chefes do Poder executivo sem que seja preciso dar quaisquer explicações. Faz-se mister dizer que não devemos condenar nem ignorar a importância das estratégias dos procedimentos investigativos, instrumentos essenciais para desvendar crimes.






É claro que toda condução de processos é lícita, desde que não sirva de subterfúgios para legitimar a prática da exploração do Homem pelo Homem. Infelismente ou não, desde que o mundo é mundo, existem as sociedades secretas ou abertas que tiveram papel relevante na evolução humana. Entretanto, o próprio Homem se encarregou de deteriorar isto, ao longo dos tempos. Por exemplo, outro dia, arruda teria desistido da maçonaria para não ser expulso de lá.






Bem, como se sabe, desde a época do Império, haveria indícios de que a Maçonaria teria membros ocupando o Poder no Brasil como também os teriam, outras entidades semelhantes, inclusive, as igrejas.


A pergunta que não quer calar é a seguinte: em isto sendo verdade, por que que o exercício do Poder aqui, neste país é tão ruim, tão podre? Se estas entidades pregam a retidão, a solidariedade ao próximo, a moral, a ética e os bons costumes; será que os seus membros são alienados insanos ou estas entidades estão perdendo as reais finalidades existenciais, ou, precisando ser repensadas? Que fique bem evidente: não temos nada contra a Maçonaria, a Bíblia, as Igrejas ou quem quer que seja.






Acontece que aqui neste país, toda vez que alguém resolve ousar fazer reflexões críticas sobre temas que precisam ser repensados, logo se diz: alguém atacou fulano, isso ou aquilo.






Crítica não é ataque. O ataque só é usado em combate. Não tenho qualquer intenção de entrar em guerra com quem quer que seja. Se a Democracia existe, logo, o exercício do pensamento livre é indispensável para que a evolução seja concreta e completa.






Sou daqueles que acham que tudo é discutível, incluindo: Partidos Políticos, Religiões e Times de Futebol.


Antônio Leitão
O cego de visão.