quinta-feira, 1 de julho de 2010

EDUCAÇÃO POLÍTICA




Hoje é primeiro de Julho, dia em que nos deparamos com as definições do senário político que nos levará a escolher quem queremos para dirigir os destinos do Governo do Distrito Federal, a partir de 2011.

Para as eleições proporcionais daqui, teremos em torno de 1200 candidatos a Deputado Distrital, ou seja: você corre o risco de, no local onde estiver, para o lado que se virar, encontrar um destes candidatos.


Nestas horas vão aparecer: os embaixadores, os salvadores, os precursores, os defensores disso ou daquilo, mas que na verdade, nunca estiveram perto de você, na hora em que você mais precisou. Por exemplo, conheço um candidato que, apesar de estar com 52 anos em 2010, votou pela primeira vez em 2006 e ninguém vai questioná-lo em lugar nenhum.

Vivemos num País onde sobram vagas no mercado de trabalho por falta de qualificação de mão-de-obra, ou melhor: como o empresário quer ganhar dinheiro e cuidar bem do próprio negócio, rejeita a mão-de-obra desqualificada.

Muito recentemente, o Programa CQC da TV Bandeirantes, colocou uma equipe dentro da Câmara Federal para colher assinaturas em prol de um suposto projeto que acrescentaria à cesta básica, uma garrafa de cachaça. Resultado: dos muitos parlamentares abordados, apenas dois se recusaram a colocar suas assinaturas no referido projeto. O mesmo Programa de TV fez uma enquete para saber se os parlamentares sabiam quais estados estão sendo
atingidos por temporais de chuvas e a maioria demonstrou desconhecimento total.

Queremos dizer com isso que se os nossos eleitores tivessem, pelo menos, o mínimo de vocação empresarial, com certeza, também sobrariam vagas nos parlamentos brasileiros por falta de qualificação de mão-de-obra política.

Será que a maioria dos candidatos a Deputado Distrital daqui, sabe o que é uma Lei auto-aplicável, um vício de iniciativa, ou até mesmo, o que é uma Lei operacional? Como sabemos, a maioria das Leis aprovadas pela nossa CLDF é inconstitucional, mas não basta só ser inconstitucional, estas leis também, não são operacionais, por isso não pegam, ou seja, não existe Lei que não pega, existem Leis que jamais deveriam ter sido apresentadas em forma de projeto em qualquer plenário legislativo. Vale aqui salientar que o maior pecado destas Leis está na forma de concepção, não no conteúdo do benefício reivindicado.

Vou concluir dizendo que os nossos políticos e suas respectivas práticas são frutos da sociedade em que vivemos e que os futuros Deputados Distritais e Federais daqui, serão espelhos de cada um de nós, pois, serão eleitos com os nossos votos. E aí, que tipo de voto você quer dar? o voto da simpatia e das afinidades pessoais de interesse pessoal, ou voto da escolha construída de acordo com as regras da consciência coletiva, que é o voto competende?

Dizemos isso porque hoje quando se vai pedir um voto a alguém, logo se escuta, tenho uma
religião, uma associação, um sindicato ou patrão. Não se trata mais o voto como um  instrumento de resolução coletiva mas como uma arma de demarcação de terrenos seguimentados.

Estamos falando do famoso voto de cabresto-corporativista que, na verdade, é o mais desqualificado de todos os votos. O voto corporativo não é o voto de causas, é o voto de
guetos. O voto de causas defende os direitos das pessoas com deficiência em geral, não apenas o direito do cego, do surdo, do cadeirante etc. O voto de gueto defende o direito do bombeiro, do PM, do Policial Civil, etc, não os direitos dos policiais em geral.

É hora de aprender a votar.

Antônio Leitão

O cego de visão.