sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Agnello Não é Réu

Conforme informações de amigos que viajaram pra fora do DF ressentemente, hoje, o povo por lá, nos olha com muito mais desconfiança, é claro, depois da divulgação do espetáculo de escândalos, nos quais está envolvida uma boa parte dos responsáveis pelos Poderes daqui.



Na prática,todos os moradores do Distrito Federal estão sofrendo punição moral por causa do mal comportamento das nossas autoridades constituídas. E, o que é pior, não se pode fazer nada de imediato, porque fomos nós quem as colocamos onde estão e estamos nas mãos delas, não só porque elas são maioria absoluta no controle do poder, como também faltam-nos mecanismos apropriados de proteção com efeito rápido, que pudessem nos livrar deste terrível embrolho.


Estamos no caos moral e ético, jamais visto em lugar nenhum e ainda estamos sendo punidos a priori, e totalmente sem defesa. É muito bom salientar que só chegamos aqui, porque talvez tenha nos faltado coragem, decência e vergonha na cara para tomarmos sérias providências no sentido de buscar alguma forma de reprovar os atores-autores deste esquema maléfico que tanto nos incomoda neste exato momento.


Como sabemos, nada há de novidade para ninguém, basta voltar ao início dos anos noventa para encontrarmos: o Consórcio do Metrô, o empreguismo da NOVACAP e das Administrações regionais, ICS, a farra de lotes, os Anões do Serrado, supostos desvios de verbas em áreas essenciais, privatização dos semitérios, os Vampiros da Saúde, supostos contratos superfaturados em obras inacabadas ou em prestação de serviços de péssima qualidade, o escândalo do rio Bartolomeu, o escândalo do rio Amazonas, parlamentar acusado de matar pessoas e que adulteraria publicações do Diário Oficial da CLDF, escândalo da merenda escolar e do Professor Nota Dez, grilagens de terras com evidências de partipação de parlamentares...


Enfim, ao longo dos tempos tudo isso vem acontecendo e pelo visto, com acobertamento orquestrado por vários setores importantes da nossa cidade. Alguns por levarem vantagens, outros por nutrirem esperanças nisto e os demais por pura acomodação plena.


Quem não se lembra das denúncias de suposto engajamento político de membros da nossa polícia civil em períodos eleitorais? Quem não se lembra dos Habeas Corpus, das liminares, enfim, dos recursos absurdos aceitos pela justiça, em favor de muitos denunciados? De repente, somos "surpreendidos" a conta gota, em dose homeopática, com a explosão de um escândalo magistral, muito provavelmente, a serviço de interesses escusos e todo mundo é "inocente".


Diante de tanta sujeira, ainda existe gente querendo fazer tempestade em copo dágua, só pelo fato de que Agnelo Queroz possa ter visto vídeos a respeito desse escândalo há meses. Até parece que a maioria das denúncias feitas neste país não morrem na praia e que os denunciantes correm sérios riscos, inclusive de desmoralização por parte de quem tem que investigar. Eu quem o diga...


Além do mais, convenhamos, não só Agnelo como tantos outros figurões partidários locais e, provavelmente até membros da imprensa, viram vídeos ou ouviram promessas claras de vingança.

Conforme evidências de críticos da nossa Imprensa, teria havido orquestração até na hora de se fazer a explosão do balão de ensaio que aí está. É balão de ensaio sim, porque ainda há muitas feridas a serem tocadas e isso inclui estatais e prováveis envolvimentos escabrosos de políticos locais com políticos do Entorno.

Bem, diante de todo este quadro de gravidades irreparáveis, querer fazer de Agnelo Queroz um dos principais vilões da história, me parece uma grande piada e um tanto quanto perigosa. Mais do que nunca, é hora de rediscutirmos o nosso surrado Distrito Federal em todos os sentidos possíveis e imagináveis.


E é importante que se faça isso na perspectiva de que se encontremos curas definitivas para os males que tanto têm nos afetado ao longo dos tempos.


É preciso que busquemos saídas que nos assegurem uma vida digna e tranquila a médio e longo prazo.
O Distrito Federal precisa respirar em paz e o nosso povo merece respeito.


"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".




Antônio Leitão


O cego de visão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DO FUNDO DO BAÚ

Não faça de sua Bíblia uma arma, a vítima pode ser você.







A assimetria de acessibilidade é um mal desnecessário, tanto ao direito à comunicação quanto ao direito de ir e vir. Cabe às regras do desenho universal servirem de parâmetro para que todas as obras físicas, escritas, faladas, pensadas etc, se transformem em caminhos viáveis que garantam o bem-estar de todos.






"É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino do Céu". Até parece que todas as lideranças religiosas têm completa aversão à riqueza. Até parece que a teologia da libertação não foi trocada pela teologia da prosperidade e que nenhuma igreja detém qualquer patrimônio. O camelo do qual se refere a frase supracitada, é uma corda bem grossa; não o animal das Arábias.






Além das contradições mensionadas, a palavra camelo demonstra a completa falta de interesse em atualizar o vocabulário bíblico em conformidade com as línguas modernas, contanto que existam algumas tentativas sem grandes significações e intenções efetivas.






Conforme se sabe, até o advento do protestantismo, a Bíblia era uma obra privativa, onde tão somente os padres tinham acesso exclusivo. Lutero então, teve a brilhante ideia de trazer este livro para o ceio do povo. O problema é que além do povo ser analfabeto, Lutero ao traduzir a Bíblia teria, ao mesmo tempo, consolidado o idioma alemão através do exercício da construção feita; daí, ter nos legado alguns equívocos semânticos que, até hoje não incomodam aos seus seguidores.






A Bíblia tanto quanto o Alcorão, é um Tratado Ético-Filosófico da melhor qualidade, só que usado como uma leitura misteriosa, quase que indecifrável, segundo alguns supostos iluminados. Conforme estes, que se dizem tão seguidores de Lutero quanto de Cristo, o texto da Bíblia seria cheio de simbologia, por isso sua interpretação só estaria ao alcance dos escolhidos. Mas, que escolhidos? Os estudiosos buscadores de verdades ou as cúpulas compostas por enganadores do povo?






Inclusive, há quem fale até em verdade de Deus e verdade do Mundo. Se Deus criou o mundo conforme defendem com unhas e dentes os criacionistas, porque duas verdades? Bem, este ensaio analítico está sendo feito, não porque tenhamos qualquer óbice às práticas religiosas ou à Bíblia; mas, porque entendemos que nenhum instrumento construído em prol do bem comum, pode ser usado como arma de dominação contra a respectiva efetivação do próprio bem comum.






Na medida em que se tenta transformar aquilo que deveria ser o principal caminho de libertação do povo, em obstáculo feroz a este objetivo, é porque só pode ter alguém querendo levar algum tipo de vantagem escusa. E, até onde se saiba, só as cúpulas são capazes desta terrível atrocidade. Como já foi dito, onde houver teias de segredos, há sugeiras, traições, ganância, chantagens, subornos, delações: premiadas, ou não, enfim, formação de quadrilhas prontas para o enriquecimento ilícito.






Também deve-se salientar que o princípio básico dos segredos de segurança nacional é subterfugiar mecanismos escusos que garantam a impunidade das autoridades em relação aos seus deslises. Por exemplo, há muitos gastos através dos cartões corporativos dos chefes do Poder executivo sem que seja preciso dar quaisquer explicações. Faz-se mister dizer que não devemos condenar nem ignorar a importância das estratégias dos procedimentos investigativos, instrumentos essenciais para desvendar crimes.






É claro que toda condução de processos é lícita, desde que não sirva de subterfúgios para legitimar a prática da exploração do Homem pelo Homem. Infelismente ou não, desde que o mundo é mundo, existem as sociedades secretas ou abertas que tiveram papel relevante na evolução humana. Entretanto, o próprio Homem se encarregou de deteriorar isto, ao longo dos tempos. Por exemplo, outro dia, arruda teria desistido da maçonaria para não ser expulso de lá.






Bem, como se sabe, desde a época do Império, haveria indícios de que a Maçonaria teria membros ocupando o Poder no Brasil como também os teriam, outras entidades semelhantes, inclusive, as igrejas.


A pergunta que não quer calar é a seguinte: em isto sendo verdade, por que que o exercício do Poder aqui, neste país é tão ruim, tão podre? Se estas entidades pregam a retidão, a solidariedade ao próximo, a moral, a ética e os bons costumes; será que os seus membros são alienados insanos ou estas entidades estão perdendo as reais finalidades existenciais, ou, precisando ser repensadas? Que fique bem evidente: não temos nada contra a Maçonaria, a Bíblia, as Igrejas ou quem quer que seja.






Acontece que aqui neste país, toda vez que alguém resolve ousar fazer reflexões críticas sobre temas que precisam ser repensados, logo se diz: alguém atacou fulano, isso ou aquilo.






Crítica não é ataque. O ataque só é usado em combate. Não tenho qualquer intenção de entrar em guerra com quem quer que seja. Se a Democracia existe, logo, o exercício do pensamento livre é indispensável para que a evolução seja concreta e completa.






Sou daqueles que acham que tudo é discutível, incluindo: Partidos Políticos, Religiões e Times de Futebol.


Antônio Leitão
O cego de visão.