domingo, 25 de setembro de 2011

A Farsa do Novo

Recuso-me a ser inventor.

Ontem, durante a gravação do meu programa de TV, o entrevistado, um senhor bem vivido e bem sucedido, disse uma frase que me chamou bastante a atenção: "no mundo, não há mais o que inventar".

Confesso ter ficado perplexo por alfuns instantes. Entretanto, mesmo sabendo que o mundo acadêmico é compulsivo por novidades em teses e pesquisas, há uma pergunta que não quer calar: Será que em vez de ficar se tentando, o tempo todo, reinventar as rodas, já existentes há milênios, não seria melhor buscar a efetividade destas, por meio de um aprofundamento aperfeiçoador? Até porque, o tempo tem nos mostrado que a ansiedade tradicional pela busca da posteridade individual tem nos nos dado como consequência, a banalização da originalidade.

Com isso, a criatividade vem perdendo, a cada dia, o brilho consolidador da inedicidade. Mesmo assim, todo dia, a cada hora, todo mundo quer mostrar a qualquer custo, que colocou uma nova receita na praça, apesar de continuar tendo como referenciais máximos, os mesmos ídolos dos avós.

Vale salientar que, quem gosta de receita nova é o impiedoso mercado que, por não fazer milagres nem oferecer almoço de graça, só aceita resultados lucrativos imediatos como ganho irrevogável.

Nunca será demais lembrar que para cada nova receita necessita-se de um novo rótulo para um novo público alvo. Quando na verdade, tudo o que mais se precisa fazer, é aproveitar os escombros do passado para erguer o presente e consolidar o futuro.

Não podemos nos esquecer jamais, de que os velhos trinômios: início-meio-fim, introdução-desenvolvimento-conclusão, etc, mediante uma organização disciplinadamente planejada, serão sempre, parâmetros irreversíveis na efetivação das perspectivas de sucesso em qualquer projeto que tenha como fim, o bem-estar comum.

Do mesmo jeito que é corriqueiro se ouvir de um pai com um filho problemático dizer pra mãe: "cuida do teu filho", se vê muito nos confins desse imenso país, obras inacabadas e abandonadas, à espera do bom senso continuador. O inchaço populacional desorganizado e desordenado das grandes cidades como o DF por exemplo, só ocorreu por causa da criação incontida dos novos acentamentos habitacionais sem qualquer preocupação com a urbanização daqueles, já existentes.

Portanto, se quisermos uma humanidade evoluída e sustentável, teremos que despir-mo-nos das nossas vaidades egocêntricas e ilusórias para nos concentrar na busca consequente da funcionalidade plena dos nossos inventos milenares, através de um constante estudo redimensionador que nos livre da superficialidade e nos conduza à profundidade dos campos de pesquisas.

O mundo não precisa mais de invenções milagrosas; o mundo precisa de soluções operacionais e, enquanto a invenção é solitária e tem tudo para ser mal sucedida, o complemento é fraterno e tem um passado como suporte para evoluir.

Para concluir, é de bom alvitre frisar que a necessidade compulsória de se constituir instrumentos institucionais, em vez de ampliar as possibilidades da população, só tem aberto abismos vulnerabilizadores da cidadania.

Enfim, a incansável promoção da faxionalização institucional da humanidade só tem mostrado que o Homem tem sido incapaz de compartilhar, conviver e dividir.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inclusão, Uma Via de Mão Dupla

Somente quem é capaz de valorizar as potencialidades dosemelhante, enxergando-o como um de seus pares, admite a inclusão como via demão dupla.
Só haverá igualdade em oportunidades quando foremextirpadas, definitivamente da face da Terra, as assimetrias de condições, ou seja,quando resolvermos tratar desigualmente, os desiguais, em conformidade com as suasrespectivas desigualdades.
Ao tratar da capacidade legal da pessoa com deficiência, pormeio do artigo 12, a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência daONU, estabelece o "Nada Sobre Nós Sem Nós". E , ao fazer isso, esteInstituto que é hoje, a conquista mais avançada que temos a respeito destacausa, traça os caminhos para a construção da inclusão como via de mão dupla,na medida em que cria, legislativamente falando, o ambiente perfeito para que apessoa com deficiência adquira as condições mais favoráveis e possíveis para setornar um indivíduo com capacidade para decidir sobre suas próprias escolhas.

Em assim sendo, ganha este indivíduo, o Poder do protagonismo,ou seja, a partir de agora, é através do exercício dos seus direitos e documprimento dos seus deveres que irá construir sua própria história, sendosujeito inalienável desta, de acordo com o destino que resolver escolher parasi.

Quando em seu discurso, o Senador Cristovam Buarque diz que a Escoladeveria ser como a bola: igual para todos, ele nos chama a atenção para ofato de que, com a bola no pé, tem um desempenho melhor, aquele que se esforçamais, logo, se houvesse escolas para ricos e pobres em igualdade de condições,certamente, o melhor aproveitamento das oportunidades geradas por estasescolas, dependeria, essencialmente, do tamanho do empenho e da vontade de cadaum dos envolvidos.

É neste sentido que destacamos a compreensão da importância daconcepção da inclusão enquanto via de mão dupla, onde as condições ambientais,por si só, não bastam para assegurar o sucesso de quem quer que seja. Vamos aum exemplo bem prático sobre o enfoque da inclusão, via de mão dupla: o cidadãoAntonio Gomes Leitão, ou por falta de tempo ou por comodismo, até hoje, nãoconseguiu se tornar uma pessoa incluída, tecnologicamente falando, mesmosabendo da disponibilidade de opções adaptadas rasoáveis na área deinformática. Entretanto, este mesmo cidadão, jamais poderá jogar nocolo da sociedade, esta responsabilidade, transformando-a em máxima culpa destamesma sociedade.

Dito isto, pretende-se enfocar a diferença entre a conquistapor mérito e a conquista angariada por causa da deficiência. Com certeza, aspessoas com deficiência que estão hoje no mercado de trabalho, ou porquepassaram por concursos ou porque fizeram cursos profissionalizantes e seprepararam para assumir com dignidade os seus respectivos empregos, jamais quererãoser classificados como os "deficientes empregados".

Na verdade, o reconhecimentode seus respectivos méritos como causa principal destas conquistas tãoimportantes, não só os elevará em dignidade de suas alto-estimas, como também,os fará assumir com orgulho, a gratificante condição de trabalhadores comdeficiência. A conquista por mérito é fruto do esforço pela busca dodesenvolvimento pessoal para alcançar um objetivo efetivo. A conquistaangariada pode, muitas vezes, ser fruto da caridade, geralmente praticada poralguém que se acha em situação superior ao suposto beneficiado.

Portanto, em não havendo qualquer tipo de preconceitodiscriminatório na sociedade em que vivemos, entra em campo a fraternidade,para assegurar às pessoas com deficiência, o devido reconhecimento às suaslutas pelos espaços do dia-a-dia. Mas que fique bem claro: cada um de nós,pessoa com deficiência ou não, tem a sua parcela de responsabilidade, sempre emconformidade com a autonomia que lhe foi possível alcançar. A vítima é sempre um cúmplice em potencial.

Feliz Semana Nacionalde Luta das Pessoas com Deficiência para todos!
Porque todos somos capazes de abstrair, pelo menos, uma gotade aprendizado que será o estímulo fundamental para a construção de umasociedade humanista e cidadã.
Você também é responsável!

Caso Benício URGENTE

Caro cidadão do Distrito Federal.

Você que está indignado com a corrupção, com a falta de lisura processual, com a falta de oxigenação na Câmara Legislativa daqui, saiba que na próxima quinta-feira, o TSE deverá julgar a Liminar que mantém o Dep. Benício Tavares no mandato até então, mesmo o seu mandato tendo sido cassado por uma esmagadora maioria de votos no TREDF.

Portanto, é hora de mostrar a sua indignação, mandando mensagens para o site do TSE, ligando nos gabinetes dos Ministros, gritando nas ruas "Fora Benício", enfim, fazendo a sua manifestação pacífica, porém revolucionária, até mesmo em frente ao TSE no dia do julgamento, pois, até hoje, tudo que esse parlamentar possa ter feito de positivo para a nossa cidade, só cumpriu com o seu dever. Entretanto, ele não tinha o direito de deixar de fazer o que não fez. Ele não tinha o direito de exorbitar em seu papel de político, para cometer equívocos como este pelo qual ele está sendo julgado, como já foi em outras ocasiões na Justiça.

Salientamos ainda que não temos nada pessoal contra o cidadão Benício Tavares, mas somos plenamente favoráveis à moralidade, à ética e ao zelo pelo decoro.

Um grande abraço, e que Deus ilumine os Ministros na próxima quinta-feira.

domingo, 18 de setembro de 2011

Educação X Legislação

Que os rigores da Lei não cheguem aonde a Educação dequalidade ainda não tenha chegado.

Ao se fazer esta reflexão, logo se pensa em institutos deprevenção ao crime ou em instrumentos de proibição deste.

Vale salientar que em países civilizados, não se previne ouse proíbe qualquer atitude por meio de regras decretadas, mas, proporciona-se oacesso qualitativo ao conhecimento como propriedade inalienável do ser humano econscientiza-se a este de que o exercício pleno da cidadania é usufruir dosseus direitos e, simultaneamente, cumprir com os seus deveres, responsabilizando-sepelas consequências do livre-arbítrio.

O poder de escolhas estimula a capacidade de tomada dedecisão de cada um de nós, por isso, assegura a prática da liberdade, não comouma luz maligna, mas, como perspectivas de realização das nossaspotencialidades através de caminhos prazerosos. Quando nos apropriamos doconhecimento por vias irrestritas, logo vem o fascínio que possibilita o zeloirradiador do compromisso para com este. Então, a sensação de força invade onosso íntimo, trazendo-nos a certeza de que o crescimento individual e a preservaçãoda individualidade são fatos alcançáveis, não, conjecturas distantes.

Dentro deste clima favorável, não há espaço para as regrasde premiação ou de punição, referenciais mestres da cultura do autoritarismoumbilical. Neste clima, persiste-se, pacientemente, regando uma planta que daráfrutos, mais cedo ou mais tarde. A expectativa da consecução deste fruto sóserá possível quando o conhecimento for posto à mesa para todos, sem reservas,sem receios, sem preconceitos, sem segredos sobre quaisquer mistérios. Nestecaso, até poderemos constituir uma Nação onde, o seu Poder Estatal seja hierarquizadomas, jamais estratificado. Pois, todos saberão que a hierarquia é passageira eoportunizadora. Enquanto a estratificação é perversa, posto que, inibidora ediscriminatória.

O país que potencializa sua nação para que se torne umcapital social efetivo, obedecendo aos subsídios construídos a partir dosDireitos civis, políticos e sociais, sempre deixará suas produções e seusserviços, frutos das experiências culturais, ao alcance de todos. Daí, teremosparticipação social articulada baseada na segurança de que todos nós podemosporque estamos preparados para enfrentar os desafios através da criatividadehumana, não, da esperteza insana.

Qualquer um de nós só será capaz de aproveitar a plenitudeda felicidade, quando conseguir admitir o seu próximo como um par, não, como umconcorrente insensível. Portanto, é neste ambiente, onde as possibilidadeshumanas ganham condições simétricas, que a fraternidade se exporá livre, sem nenhummedo de contagiar a todos.

Onde houver Educação de qualidade sempre prevalecerá aconvicção, não, a conveniência; sempre haverá valores baseados em princípioshumanistas, jamais, arranjos fabricados a partir das ambições egocêntricas. Sóa fraternidade constrói o "Amai Ao Próximo Como A Ti Mesmo" enquanto fundamentoinspirador máximo, sem qualquer resistência ou armas, contra quem quer queseja.

A civilidade bemeducada não precisa do excesso de regras como garantia de evolução humana.Apontar potenciais caminhos e não induzir a respostas prontas, constitui overdadeiro berço da cidadania.

O País de Cem Milhões de Regras

Sob a égide do indissolúvel casal falso moralismo/permissividade e, em resposta à lógica da premiação e da punição, este é um dos países do mundo onde, provavelmente, mais existam Leis vigentes.

E o que é pior, mais de um terço destas, tem algum tipo de vício. Entretanto, enquanto não houver alguma determinação judicial de suspensão dos efeitos da vigência de cada uma destas leis irregulares, elas continuarão valendo perante o ordenamento jurídico.

Com isto, o caos se estabelece sorrateiramente nas hostes institucionais do nosso País.

Hoje, para cada sucetibilidade de premiação ou de punição, há no mínimo, uma regra. Por outro lado, há várias regras versando sobre um mesmo conteúdo, tanto se sobrepondo entre si, ou seja, se repetindo num mesmo viés de abordagem, quanto provocando enormes contradições, no que diz respeito à abordagem de conteúdos idênticos, porém com pontos de vista antagônicos, sem o menor amparo referencial legal.

É no país do excesso de regras que existem regras demais, dando cobertura a determinados assuntos e faltam regras para dar cobertura a outros assuntos essenciais. Por exemplo, segundo o Doutor Emerson, Procurador aposentado por invalidez da AGU, se tivesse sido aposentado pela CLT, teria em seus vencimentos salariais, o acréscimo de 25% para custear a contratação de um acompanhante. No entanto, parece que, por ele ser um funcionário do regime estatutário, deixou de merecer este benefício tão significativo. Por isso, o nosso Doutor Emerson, que é uma pessoa extremamente capaz e diligente, já entrou com requerimento na justiça, pedindo a correção desta distorção absurda.

Como se vê, a partir deste exemplo, o excesso de regras, não só atrapalha o andamento do desempenho social por entraves, como também, por falhas, vácuos etc. A luz nas mãos de seres iluminados, se torna vertente de soluções para problemas emblemáticos. A luz nas mãos de seres medíocres, pode se tornar obstáculo prisioneiro das asas da sabedoria.

"Se a Educação é cara, imaginem a ignorância.


Sucesso para o Doutor Emerson neste sua empreitada!

sábado, 3 de setembro de 2011

Corrupção como Crime Hediondo?

Vejo na internet, pessoas pedindo apoio a um Projeto de Leida Câmara Federal que transforma qualquer ato de corrupção em crime hediondo.

Em primeiro lugar, é muito importante saber qual foi obrilhante Deputado autor desta “iluminada ideia”. Pois, aqui no DF, o Deputadoeleito que teve uma das campanhas mais suspeitas de abuso do Poder econômico,entre outras pérolas, foi justamente, quem entrou com um PL na CLDF, falandosobre Ficha Limpa. Estamos falando de Olair Francisco. Quanto ao suposto abusode poder econômico, supostamente praticado por este Deputado, para o nosso espíritoburguês medíocre, trata-se apenas de uma demonstração de que ele é forte!Entretanto, na prática, admitir este tipo de atitude como uma referênciaexemplar, só prova, ao longo dos tempos, que pousamos de mocinhos e agimos comocarrascos.

Somos um País culturalmente leniente porque mudar dói. Todosqueriam que cara da CLDF mudasse, no entanto, as caras até que mudaram, mas asposturas não trazem novidade. Por isso, somos vítimas e ao mesmo tempo, algozesdo nosso próprio destino enlameado, no qual patinamos muito mais por conveniênciado que por demência.

Voltando ao PL em questão, diante de um quadro caótico, ondejá se sabe que mais de um terço do nosso erário anual escorre pelos dedosescusos da corrupção, quem ficaria solto, caso esta Lei inédita fosse aprovada?

O conteúdo dela, conforme a realidade que se nos apresenta,nos lembra muito de perto, uma outra, aprovada há tempos, a qual, criminalizavaaquela pessoa que colocasse em seu cachorro, um nome de gente. Temos que ficaratentos, sempre que nos depararmos com propostas milagrosas como esta,  principalmente, quando tiver como cenário, oambiente legislativo.

 É que,costumeiramente, apresenta-se propostas de Leis em nossas Casas Legislativascomo se exibe espetáculos circenses nas praças, sendo que os referidosespetáculos, merecem todo o nosso respeito, posto que além de fazer bem àcomunidade, não traz qualquer evento prejudicial aos cofres públicos, a nãoser, quando são pagos pelos contratos superfaturados em parceria com os nossospolíticos corruptos.

Vale salientar que este clima corrente e recorrente quetanto favorece esta prática indiscriminada de venda de ilusões, tem como causaprincipal, a extrema necessidade de visibilidade, por parte de quem quer queseja, caso queira sobreviver no submundo das competições desonestas pela busca daconquista e da consequente preservação dos espaços de um Poder que é podre nãoem sua vertente, mas, em seu destino transformado em armas mortais por aquelesque só pensam em apropriar-se e locupletar-se, indebitamente, de recursos quepoderiam fazer bem a todos. Entretanto, estes referidos recursos viram pó,pois, seus lapidadores, geralmente, não sabem sequer, como tomar conta dopróprio nariz.
Precisamos nos libertar da indústria da visibilidade que, emverdade, só serve de palanque ou trampolim para garantir o sucesso dos nossosserviços de faz-de-conta.

 Como já dissemos, opatrimonialismo, que é inescrupuloso e desmedido por natureza, tem sido, semsombra de qualquer dúvida, a mais tradicional das pedras de toque da nossa indesvencilhávelcultura corrupta, sempre disponibilizada de maneira franca e aberta, a todos osespíritos ávidos por facilidades de enriquecimento ilícito.

Para que este ambiente mude, temos que evitar: furar filas,não se apropriar de pertences alheios perdidos nas ruas, abraçar o semelhantesem vontade de alfinetá-lo ou receber algo em troca, respeitar as regras de trânsito,não jogar café nas roupas do outro e dizer que foi por engano. Enfim, é atravésda mudança dos pequenos atos e hábitos que construiremos as grandestransformações.

Que fique bem claro, não se consegue isso por decreto, maspela educação - panacéia dos males humanos de uma sociedade que quer revolução.