sábado, 3 de setembro de 2011

Corrupção como Crime Hediondo?

Vejo na internet, pessoas pedindo apoio a um Projeto de Leida Câmara Federal que transforma qualquer ato de corrupção em crime hediondo.

Em primeiro lugar, é muito importante saber qual foi obrilhante Deputado autor desta “iluminada ideia”. Pois, aqui no DF, o Deputadoeleito que teve uma das campanhas mais suspeitas de abuso do Poder econômico,entre outras pérolas, foi justamente, quem entrou com um PL na CLDF, falandosobre Ficha Limpa. Estamos falando de Olair Francisco. Quanto ao suposto abusode poder econômico, supostamente praticado por este Deputado, para o nosso espíritoburguês medíocre, trata-se apenas de uma demonstração de que ele é forte!Entretanto, na prática, admitir este tipo de atitude como uma referênciaexemplar, só prova, ao longo dos tempos, que pousamos de mocinhos e agimos comocarrascos.

Somos um País culturalmente leniente porque mudar dói. Todosqueriam que cara da CLDF mudasse, no entanto, as caras até que mudaram, mas asposturas não trazem novidade. Por isso, somos vítimas e ao mesmo tempo, algozesdo nosso próprio destino enlameado, no qual patinamos muito mais por conveniênciado que por demência.

Voltando ao PL em questão, diante de um quadro caótico, ondejá se sabe que mais de um terço do nosso erário anual escorre pelos dedosescusos da corrupção, quem ficaria solto, caso esta Lei inédita fosse aprovada?

O conteúdo dela, conforme a realidade que se nos apresenta,nos lembra muito de perto, uma outra, aprovada há tempos, a qual, criminalizavaaquela pessoa que colocasse em seu cachorro, um nome de gente. Temos que ficaratentos, sempre que nos depararmos com propostas milagrosas como esta,  principalmente, quando tiver como cenário, oambiente legislativo.

 É que,costumeiramente, apresenta-se propostas de Leis em nossas Casas Legislativascomo se exibe espetáculos circenses nas praças, sendo que os referidosespetáculos, merecem todo o nosso respeito, posto que além de fazer bem àcomunidade, não traz qualquer evento prejudicial aos cofres públicos, a nãoser, quando são pagos pelos contratos superfaturados em parceria com os nossospolíticos corruptos.

Vale salientar que este clima corrente e recorrente quetanto favorece esta prática indiscriminada de venda de ilusões, tem como causaprincipal, a extrema necessidade de visibilidade, por parte de quem quer queseja, caso queira sobreviver no submundo das competições desonestas pela busca daconquista e da consequente preservação dos espaços de um Poder que é podre nãoem sua vertente, mas, em seu destino transformado em armas mortais por aquelesque só pensam em apropriar-se e locupletar-se, indebitamente, de recursos quepoderiam fazer bem a todos. Entretanto, estes referidos recursos viram pó,pois, seus lapidadores, geralmente, não sabem sequer, como tomar conta dopróprio nariz.
Precisamos nos libertar da indústria da visibilidade que, emverdade, só serve de palanque ou trampolim para garantir o sucesso dos nossosserviços de faz-de-conta.

 Como já dissemos, opatrimonialismo, que é inescrupuloso e desmedido por natureza, tem sido, semsombra de qualquer dúvida, a mais tradicional das pedras de toque da nossa indesvencilhávelcultura corrupta, sempre disponibilizada de maneira franca e aberta, a todos osespíritos ávidos por facilidades de enriquecimento ilícito.

Para que este ambiente mude, temos que evitar: furar filas,não se apropriar de pertences alheios perdidos nas ruas, abraçar o semelhantesem vontade de alfinetá-lo ou receber algo em troca, respeitar as regras de trânsito,não jogar café nas roupas do outro e dizer que foi por engano. Enfim, é atravésda mudança dos pequenos atos e hábitos que construiremos as grandestransformações.

Que fique bem claro, não se consegue isso por decreto, maspela educação - panacéia dos males humanos de uma sociedade que quer revolução.