quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Farsas da Inclusão

Em seus mais de 49 anos, o Distrito Federal tem sido frequentemente, vitima de um populismo espetaculoso, que sobrevive dos sopros de factoides que servem de veículo de enganação, de ilusão, de corrupção, enfim, de corrosão dos cofres públicos.

Esta farra é promovida por fanfarrões de hábitos e palavras totalmente desconexos da legalidade, da regularidade formais, que legitimam a ingerência e os maus costumes do uso das coisas públicas, como se fossem propriesdade privada.

É hora de mudança. Precisamos de políticos que mesmo em púlpitos, evitem falar de mudanças milagrosas, mesmo porque, como diz um grande amigo meu: “Há que se estabelecer a diferença entre aqueles que se servem de Deus e aqueles que servem a Deus”. Precisamos de homens que tenham o comprimisso moral de somente assumir compromissos possíveis, que não sejam distante da realidade.

Enquanto isso não acontece existem leis, como a 4.317/2009, que apresenta vícios de constitucionalidade, quando se diz regulamentar a situação dos deficientes sensoriais monolaterais. A Lei, no artigo 1º, se define como "Política Distrital da Pessoa com Deficiência", portanto DESCONHECE o CODDEDE como o lugar dessas políticas, já que o órgão não foi sequer consultado sobre o assunto.

A lei é imposta ao órgão como dada em flagrante desrespeito à Lei Orgânica do DF. O executivo não deveria ter sansionado a lei sem ouvir o conselho. Além disso, essa lei se propõe a criar regimento para os Conselhos. Ora, até onde sabemos, os conselhos, como o CODDEDE por exemplo, são órgãos deliberativos, autônomos, conforme reza a Lei Orgânica do DF, e ninguém senão o CODDEDE para, caso necessário, refazer seu próprio regimento.

Essa lei, além de alguns atrasos em seu conteúdo tira, na prática, a funcionalidade da CORDEDF, e se alguém pensa que regulamentação disdiz aquilo que estabelece um Artigo de uma lei, está no mínimo brincando com a inteligência jurídica.

Vale salientar a necessidade urgente de correção das assimetrias de assessibilidade em conformidade com a gravidade das deficiências, mas neste momento é fundamental evitar distorções que só venham tornar mais dificil a vida das pessoas com deficiência. Exemplo disso é o *Art. 5º- Para fins de aplicação desta Lei, devem-se considerar as seguintes categorias de deficiência:

II - **Deficiência auditiva
a) **Perda unilateral total
III – deficiência visual:**
a) visão monocular;*

Por isso, pedimos ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Distrito Federeal – CODDEDE e à Comossão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OABDF, que tomem as devidas providências junto à Procuradoria Geral do DF, para que antes que seja tarde a Lei 4.317/2009 tenha as devidas correções.


Atenciosamente.


Antônio Leitão
O cegod e vidsão

domingo, 18 de outubro de 2009

PACTO COLETIVO

Frequentemente, se escuta expressões como: "o povo unido, jamais será vencido"; "ninguém é

tão forte sozinho, quanto todos nós juntos"; "um por todos e todos por um"...


Vem a Bíblia e nos mostra que uma só vara, a gente quebra com facilidade mas, quanto mais varas juntarmos, tanto mais será difícil quebrá-las.


Conforme pode-se observar, todos estes jargões pregam a união e, em princípio, parece que, para que esta suposta união aconteça, basta uma varinha mágica ou a boa-vontade avulsa de cada um.


Entretanto, quando paramos para observar religiões, clubes de serviços, máfias criminosas e, porque não dizer, até mesmo as cúpulas em geral, verificamos que, na prática, não existe magia nenhuma, nem tampouco, boas-vontades avulsas como base fundamental do sucesso da sobrevivência destas organizações.


Elas existem por causa de objetivos gerais e específicos cujos, nobres ou não; um código de ética ou de antiética mas, acima de tudo, um sistema educacional de cumplicidades conscientes onde, todos conhecem quais são os limites: prêmios e as punições no caso de cumprimento pleno ou descumprimento de regras.


Não tem segredos. Se queres crescer, cumpre a Lei; caso contrário, não crescerás. Podendo às vezes, até mesmo seres eliminado do processo. Bem o contrário do que muita gente possa pensar ou avaliar: isto não é uma ditadura mesmo, apesar dos métodos e mecanismos utilizados para alcançar o êxito nos objetivos.


Pois, habitamos um mundo moderno e democrático e, sem contar que temos a obrigação para com nós mesmos, de só aceitar aquilo que entendermos; senão, estamos nos vendendo ou nos entregando, irresponsavelmente, aos caprichos da nossa covardia.


O certo é que toda vítima é um cúmplice em potencial.


Que fique bem claro: não há aqui, qualquer intuito de construir julgamentos, juízo de valor ou algo parecido a respeito das funções, do funcionamento ou das funcionalidades destes organismos.


Pretende-se tão somente, mostrar para as pessoas comuns que, a conquista de qualquer Poder, grande ou pequeno, passa, necessariamente, pela concepção, construção e execução do planejamento de um sistema grupal organizado, hierarquizado e disciplinado onde, prevaleça o sentimento coletivo em que cada um tem o seu papel importante mas, as coisas só vão funcionar se cada um souber preparar a Terra, plantar nela, regar esta planta... para depois colher os seus frutos.


Se não for assim, se cada membro de um grupo não tiver a consciência a convicção e a sabedoria de reconhecer e aceitar que a Vida é feita de etapas e que, precisamos vencer cada uma destas, em conformidade com as nossas contribuições e as oportunidades que, surgirão a partir destas contribuições, para concretizarmos os nossos sonhos, não há grupo que resista ao tempo, até porque, estará fadado ao fracasso.


As conquistas são lastreadas de laços convictos transformados em sentimentos coletivos, sem perder de vista, é claro, as individualidades, não, o individualismo.


Caso estas conquistas se transformem em ganâncias individualistas e imediatistas, não passarão de mero tempo perdido onde, as frustrações serão inevitáveis e todos se sentirão um zero à esquerda, no final.


Tenho um amigo que diz: "se até os bandidos se unem, por que nós, não?" Por último, veja a operação: 1+1+1+1=4, 2+2=4, no primeiro caso, tivemos quatro elementos, no segundo, dois elementos. Se na primeira operação eu retirar qualquer um dos elementos, jamais encontrarei o número 4, já, na segunda operação, eu substitui os quatro elementos por dois e a soma foi a mesma.


Isto pode querer dizer que quando trabalhamos em grupo, todos somos importantes e às vezes até, insubstituíveis; entretanto, basta mudar o contexto e o nosso valor individual poderá ser zero.


O crescimento gradativo individualizado dentro do grupo, dependerá da manutenção da harmonia global no desenvolvimento do trabalho coletivo.


O susto dos atropelamentos, além de quebrar a corrente universalizada, interromperá o bom andamento da construção do bem-estar comum, projetado.




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Antônio Leitão

O cego de visão.

DESPRECONCEITUALIZAÇÃO

Existe um mito na nossa sociedade que vem permeando, de maneira arraigada, ao longo dos tempos, os parâmetros de avaliações, das pessoas preconceituosas, segundo o qual o indivíduo fez isso, é assim, ou assado, porque é negro, deficiente, homossexual etc.

Esse estígma tem feito com que algumas pessoas, ao chamarem para si algumas responsabilidades, se sintam na obrigação de fazer o melhor por pertencer a categoria X, ou Y. Se esquecendo de que ninguém faz isso, ou aquilo, ou melhor: ninguém tem desvio de caráter por ter em si um déficit, ou uma cor, mas, acima de tudo porque é um ser humano e suas ações e reações são resultados da formação que construiu em si, a partir de estímulos externos e internos.

Quando assumimos um compromisso, temos que fazê-lo com responsabilidade. No que diz respeito ao perfil do desempenho desse papel, é uma quetão pessoal que envolve capacidades adquiridas através das experiências, fruto das oportunidades que a vida nos dá.

Cumprir o meu papel e responsabilidade minha. Superar minhas expectativas também deve ser um desejo meu. Em momento algum devo fazer isso para responder às expectativas de quem quer que seja, até porque muitas vezes, estas são maldosamente construidas.

Ouvi recentmente, um comentário do colunista Cláudio Humberto, que diz o seguinte: "Eu não tenho compromisso com a imparcialidade". Isso teria que ser internalizado por todos, na medida em que cada um forme suas opiniões a partir de fatos de reais, não de ilusão de ótica, ou suposições emotivas.

Portanto, devemos combater a hipocrisia.
Se você é deficiente, negro, mulher, homoafetivo, exerça sua cidadania com responsabilidade, procurando cumprir este papel, usando, todo o potencial disponível em você para fazê-lo da melhor maneira possível. Entretanto, em caso de falhas, não se foque no sentimento de autopiedade, em função da sua condição de menos favorecido socialmente. O erro é passível de qualquer pessoa, até porque o desempenho da atuação de cada um, não depende só de si mesmo. Existem os fatores internos que podem lhe atirar na lama, ou te levar à fama. O erro também é ferramenta de amadurecimento.

A autoaceitação é fundamental para o bom desempenho de qualquer papel que você for exercer. Seja você mesmo, satisfaça suas expectativas, é claro sem ser egocêntrico, mas lembre-se: expectativas alheias, normalmente são carregadas de sentimentos suspeitos.

Supere a si mesmo. Nunca os outros!

Atenciosamente.



Antônio Leitão

O cego de visão.