domingo, 18 de outubro de 2009

PACTO COLETIVO

Frequentemente, se escuta expressões como: "o povo unido, jamais será vencido"; "ninguém é

tão forte sozinho, quanto todos nós juntos"; "um por todos e todos por um"...


Vem a Bíblia e nos mostra que uma só vara, a gente quebra com facilidade mas, quanto mais varas juntarmos, tanto mais será difícil quebrá-las.


Conforme pode-se observar, todos estes jargões pregam a união e, em princípio, parece que, para que esta suposta união aconteça, basta uma varinha mágica ou a boa-vontade avulsa de cada um.


Entretanto, quando paramos para observar religiões, clubes de serviços, máfias criminosas e, porque não dizer, até mesmo as cúpulas em geral, verificamos que, na prática, não existe magia nenhuma, nem tampouco, boas-vontades avulsas como base fundamental do sucesso da sobrevivência destas organizações.


Elas existem por causa de objetivos gerais e específicos cujos, nobres ou não; um código de ética ou de antiética mas, acima de tudo, um sistema educacional de cumplicidades conscientes onde, todos conhecem quais são os limites: prêmios e as punições no caso de cumprimento pleno ou descumprimento de regras.


Não tem segredos. Se queres crescer, cumpre a Lei; caso contrário, não crescerás. Podendo às vezes, até mesmo seres eliminado do processo. Bem o contrário do que muita gente possa pensar ou avaliar: isto não é uma ditadura mesmo, apesar dos métodos e mecanismos utilizados para alcançar o êxito nos objetivos.


Pois, habitamos um mundo moderno e democrático e, sem contar que temos a obrigação para com nós mesmos, de só aceitar aquilo que entendermos; senão, estamos nos vendendo ou nos entregando, irresponsavelmente, aos caprichos da nossa covardia.


O certo é que toda vítima é um cúmplice em potencial.


Que fique bem claro: não há aqui, qualquer intuito de construir julgamentos, juízo de valor ou algo parecido a respeito das funções, do funcionamento ou das funcionalidades destes organismos.


Pretende-se tão somente, mostrar para as pessoas comuns que, a conquista de qualquer Poder, grande ou pequeno, passa, necessariamente, pela concepção, construção e execução do planejamento de um sistema grupal organizado, hierarquizado e disciplinado onde, prevaleça o sentimento coletivo em que cada um tem o seu papel importante mas, as coisas só vão funcionar se cada um souber preparar a Terra, plantar nela, regar esta planta... para depois colher os seus frutos.


Se não for assim, se cada membro de um grupo não tiver a consciência a convicção e a sabedoria de reconhecer e aceitar que a Vida é feita de etapas e que, precisamos vencer cada uma destas, em conformidade com as nossas contribuições e as oportunidades que, surgirão a partir destas contribuições, para concretizarmos os nossos sonhos, não há grupo que resista ao tempo, até porque, estará fadado ao fracasso.


As conquistas são lastreadas de laços convictos transformados em sentimentos coletivos, sem perder de vista, é claro, as individualidades, não, o individualismo.


Caso estas conquistas se transformem em ganâncias individualistas e imediatistas, não passarão de mero tempo perdido onde, as frustrações serão inevitáveis e todos se sentirão um zero à esquerda, no final.


Tenho um amigo que diz: "se até os bandidos se unem, por que nós, não?" Por último, veja a operação: 1+1+1+1=4, 2+2=4, no primeiro caso, tivemos quatro elementos, no segundo, dois elementos. Se na primeira operação eu retirar qualquer um dos elementos, jamais encontrarei o número 4, já, na segunda operação, eu substitui os quatro elementos por dois e a soma foi a mesma.


Isto pode querer dizer que quando trabalhamos em grupo, todos somos importantes e às vezes até, insubstituíveis; entretanto, basta mudar o contexto e o nosso valor individual poderá ser zero.


O crescimento gradativo individualizado dentro do grupo, dependerá da manutenção da harmonia global no desenvolvimento do trabalho coletivo.


O susto dos atropelamentos, além de quebrar a corrente universalizada, interromperá o bom andamento da construção do bem-estar comum, projetado.




--
Antônio Leitão

O cego de visão.