sábado, 20 de agosto de 2011

A Educação e o Mercado

Desde que o Mundo é mundo, para o Bem e para o Mal, oMercado tem sido o referencial regulador das ações, dos rumos e das finalidadesda humanidade, mesmo que ídolos históricos da religião, da filosofia e, por quenão dizer, até mesmo dos meios políticos tenham feito verdadeiras pregaçõesperegrinatórias ideológicas, supostamente pelo Bem, nem assim, os parâmetros daprosperidade se redirecionaram para contemplar caminhos anti- patrimonialistas.

Até para agravar esta situação, virou conceito habitualdizer que no Mercado não há milagre nem almoço de graça. Para reforçar oproblema deste instrumento regulador, o Homem sempre aderiu à busca daprosperidade na perspectiva do patrimonialismo, jamais no viés do alcance do bem-estarcomum a todos.

Com isto, a mudança mais palpável que se pôde observar nahumanidade, é a passagem do regime monárquico para o feudalismo, onde, osentimento cumulatório foi redirecionado mediante uma pequena ampliação, ouseja: hoje não é apenas um Rei que acumula, mas, apenas alguns poucosprivilegiados de um país.

Para que não nos percamos nesta análise, vale salientar que,das capitanias hereditárias o Brasil passou para os grandes latifúndios quepossibilitaram o nascimento e o fortalecimento dos oligopólios empresariais emtodas as áreas de prestação de serviços, onde os usuários são meros objetosusados, pagando para proporcionar o sucesso dos donatários dos negócios, nãopela sua própria satisfação.

Diante deste quadro terrível de desigualdades funcionais docapital social humano entre 10% de mandantes e 90% de mandados, entra aEducação, voz libertária, semeadora de consciências críticas para aplacar, aolongo dos tempos, estas distorções díspares entre as classes sociais.

É claro que não dá para ignorar que a educação também tem duasfaces nada equânimes, a face patrimonialista que prega o acúmulo de conteúdos ea face humanista que procura enriquecer o ser humano, incentivando-o à buscaincansável dos valores fundamentais da cidadania.

Onde houver cidadania, com certeza, haverá expectativas de correçãodas assimetrias de acessibilidades e as oportunidades se tornarão mais férteisaos sujeitos construtores da própria ascensão dentro da mobilidade social.Neste caso, a Educação deixa de ser adversária do Mercado e passa a atuar comosua parceira, posto que, a partir daí, o papel da Educação é de, não somentequalificar os indivíduos para o Mercado, como também, qualificar a competiçãoentre estes indivíduos dentro do próprio Mercado.

Devemos ressaltar que este Mercado só será um espaço quecabe a todos e que serve para todos, quando sofrer transformações o suficientepara ganhar ares e objetivos de desenho universal, onde os conhecimentosintelectuais, os recursos naturais e os bens de produtos e serviços, serãoadquiridos, não numa perspectiva cumulativa de poucos, mas, numa possibilidadeconcreta universalizadora do atendimento dos direitos inalienáveis do povo.

Por isso, quando um País forma o seu capital social humanoatravés de uma Educação que tenha um currículo em que os seus fundamentosbásicos estejam voltados para a Educação em Direitos Humanos, com intuito deassegurar a cidadania plena como o Bem mais precioso de sua Nação, suasrelações de Mercado se tornarão mais equilibradas e mais harmônicas, pois aexpectativa de lucro perde a perversidade canibalesca, a qualidade do produtovendido será o motivo principal de aproximação entre o cliente e o vendedor; oemprego será considerado um instrumento de construção da autonomia sustentávelpara o empregado e o empregador; serviços prestados ganharão status de meios deinteração social e a disputa por vagas empregatícias perderá o sabor decampeonato sanguinário implacável, porque a fraternidade será o estímulonorteador da nossa convivência humanizada.

Mercado educado é povo civilizado.

domingo, 7 de agosto de 2011

Corrigindo o Fluxo

Como se já nãobastasse, o Distrito Federal ter se transformado numa vítima histórica daespeculação imobiliária e marginália, agora, o Governo Agnelo aos poucos, vemse tornando também, alvo da especulação da falta de seriedade postural depostulantes a ver o nosso sofrido DF cada vez mais próximo do caos.

Faz parte desta investida insana aqueles que, até hoje, nãoconseguiram aceitar a nossa ampla aliança; os rorizistas, inimigos naturais;por fim, quem acredita no, quanto pior melhor. Por isso, esclarecemos que,muito pelo contrário daquilo que andam dizendo por aí, a Professora ReginaVinhais poderá, com tranquilidade, continuar desenvolvendo o seu ostensivo eardoroso trabalho em prol do bem estar da Educação do DF. A professora Regina,com toda certeza, como todos os demais Secretários, também, encontrou suasecretaria em completo desordenamento jurídico e patrimonial, consequentemente,não teve como demonstrar habilidades de convencimento imediato para alguns.

Vale salientar que, como Agnelo, a professora Regina nãocomunga do populismo espetaculoso costumeiro por aqui. Tanto quanto ele, ela nãogosta de factóides glamurosos, mas, de trabalho efetivo que vai arrumar a Casae, passo a passo, revolucionar a Educação do Distrito Federal.

O DF Alfabetizado, a universalização do Ensino Infantil, arevitalização dos Centros de Ensino Especial, com a criação de mais algunsdestes e a implementação da Educação inclusiva, em pleno processocorrente, sãoapenas alguns dos fatos concretos que mostram a capacidade realizadora da nossaatual Secretária de Educação.

Com a professora Regina Vinhais, muito em breve, o GDFresgatará na área da Educação pública, a auto-estima cidadã de que tanto osnossos estudantes carentes precisam e merecem experimentar, na perspectiva deprotagonistas construtores da sua própria história e como sujeitos condutoresdo seu próprio destino.

Portanto, cabe a todos nós, irrevogáveis responsáveis pelaconstrução do DF que queremos, trabalhar mais e especular menos. A Cidadania éum direito e um dever de todos, logo, um bem comum, aliado inalienável dasconquistas democráticas imprescindíveis ao nosso constante esforço por um DFlivre das trevas que quase nos levam ao irremediável caos que, por pouco, nãonos transformaram numa vergonha nacional irreversível, por culpa dainescrupulosa corrupção dos nossos desgovernos anteriores.

Quem arruma a Casa tem mais legitimidade para comandá-la emérito para colher os frutos de sua semeadura.

As Consequênc​ias do Patrimonia​lismo no GDF

O GDF, a partir do advento da emancipação do Distrito Federal,tornou-se o berço esplêndido do patrimonialismo estatal deste País. O esquema funciona,mais ou menos, assim: o Poder estatal é fatiado em clãs ou feudos que, por suavez, empregam emcargos comissionados, às custas dos impostos públicos, agenciadores de curraiseleitorais sem nenhuma qualificação técnico-dministrativos.

Estes grupos de agenciadores, normalmente, são comandados poralguns coronéis que a modernidade possível ao nosso País, ofertou a todos nós.Vale salientar que o principal papel destes grupos de agenciadores, é: servir de capachões para os seus chefes idolatrados e aliciar adeptos paradar sustentação aos seus respectivos clãs. Caso os membros destes feudos nãotenham posturas servis e fiéis aos seus "reizinhos", ou não consigamaumentar o tamanho dos seus currais eleitorais, perdem os seus empregos, postoque, são alijados do processo.

É interessante frisar que as bases destes feudos modernossão: Sindicatos, associações, igrejas, ou quaisquer agrupamentos correlatos. Issosem deixar de lembrar da exploração dos bolsões de misérias.

Em virtude deste modelo de governo que virou tradição, não sepriorizou mais o investimento do erário em políticas públicas de Estado, mas,em compras superfaturadas de programas e projetos oriundos da iniciativa privada,em suas várias vertentes.

Este vício inescrupuloso tradicional teve como resultado adiminuição do Estado, o engessamento da máquina pública, a desvalorização dosserviços públicos, uma carreira sacrificada de funcionários concursados, enfim,os serviços meios da administração pública sendo executados pelos membros dosfeudos formadores dos governos patrimonialistas.

Por conta deste histórico patrimonialista que, há tanto tempoassola o GDF com as suas mazelas, não é surpresa alguma, ouvir notíciaslamentáveis de que processos empilhados dormem há mais de quinze anos nasestantes das nossas repartições públicas.

Diante desta realidade caótica que gerou vários escândalos, aolongo da nossa história, onde os recursos públicos em geral, foram, preferencialmente,muito mal utilizados, torna-se, extremamente difícil, por mais que se tenhaboas intenções, tirar o Distrito Federal deste terrível embrolho, em 24 horas.

Por isso não há nenhum problema, admitir que o desempenho dos sete meses do autal governo mereça críticas. Entretanto, transformar a irresponsabilidade em banalidade, se utilizando dos horários eleitorais gratuitos para auto-promoção, ou para fazer de conta que o GDF era um  paraíso até o dia 31/12/2010 e, só depois disso virou um caos, isto, com certeza é leviandade. Não é atitude de cidadão.