sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inclusão, Uma Via de Mão Dupla

Somente quem é capaz de valorizar as potencialidades dosemelhante, enxergando-o como um de seus pares, admite a inclusão como via demão dupla.
Só haverá igualdade em oportunidades quando foremextirpadas, definitivamente da face da Terra, as assimetrias de condições, ou seja,quando resolvermos tratar desigualmente, os desiguais, em conformidade com as suasrespectivas desigualdades.
Ao tratar da capacidade legal da pessoa com deficiência, pormeio do artigo 12, a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência daONU, estabelece o "Nada Sobre Nós Sem Nós". E , ao fazer isso, esteInstituto que é hoje, a conquista mais avançada que temos a respeito destacausa, traça os caminhos para a construção da inclusão como via de mão dupla,na medida em que cria, legislativamente falando, o ambiente perfeito para que apessoa com deficiência adquira as condições mais favoráveis e possíveis para setornar um indivíduo com capacidade para decidir sobre suas próprias escolhas.

Em assim sendo, ganha este indivíduo, o Poder do protagonismo,ou seja, a partir de agora, é através do exercício dos seus direitos e documprimento dos seus deveres que irá construir sua própria história, sendosujeito inalienável desta, de acordo com o destino que resolver escolher parasi.

Quando em seu discurso, o Senador Cristovam Buarque diz que a Escoladeveria ser como a bola: igual para todos, ele nos chama a atenção para ofato de que, com a bola no pé, tem um desempenho melhor, aquele que se esforçamais, logo, se houvesse escolas para ricos e pobres em igualdade de condições,certamente, o melhor aproveitamento das oportunidades geradas por estasescolas, dependeria, essencialmente, do tamanho do empenho e da vontade de cadaum dos envolvidos.

É neste sentido que destacamos a compreensão da importância daconcepção da inclusão enquanto via de mão dupla, onde as condições ambientais,por si só, não bastam para assegurar o sucesso de quem quer que seja. Vamos aum exemplo bem prático sobre o enfoque da inclusão, via de mão dupla: o cidadãoAntonio Gomes Leitão, ou por falta de tempo ou por comodismo, até hoje, nãoconseguiu se tornar uma pessoa incluída, tecnologicamente falando, mesmosabendo da disponibilidade de opções adaptadas rasoáveis na área deinformática. Entretanto, este mesmo cidadão, jamais poderá jogar nocolo da sociedade, esta responsabilidade, transformando-a em máxima culpa destamesma sociedade.

Dito isto, pretende-se enfocar a diferença entre a conquistapor mérito e a conquista angariada por causa da deficiência. Com certeza, aspessoas com deficiência que estão hoje no mercado de trabalho, ou porquepassaram por concursos ou porque fizeram cursos profissionalizantes e seprepararam para assumir com dignidade os seus respectivos empregos, jamais quererãoser classificados como os "deficientes empregados".

Na verdade, o reconhecimentode seus respectivos méritos como causa principal destas conquistas tãoimportantes, não só os elevará em dignidade de suas alto-estimas, como também,os fará assumir com orgulho, a gratificante condição de trabalhadores comdeficiência. A conquista por mérito é fruto do esforço pela busca dodesenvolvimento pessoal para alcançar um objetivo efetivo. A conquistaangariada pode, muitas vezes, ser fruto da caridade, geralmente praticada poralguém que se acha em situação superior ao suposto beneficiado.

Portanto, em não havendo qualquer tipo de preconceitodiscriminatório na sociedade em que vivemos, entra em campo a fraternidade,para assegurar às pessoas com deficiência, o devido reconhecimento às suaslutas pelos espaços do dia-a-dia. Mas que fique bem claro: cada um de nós,pessoa com deficiência ou não, tem a sua parcela de responsabilidade, sempre emconformidade com a autonomia que lhe foi possível alcançar. A vítima é sempre um cúmplice em potencial.

Feliz Semana Nacionalde Luta das Pessoas com Deficiência para todos!
Porque todos somos capazes de abstrair, pelo menos, uma gotade aprendizado que será o estímulo fundamental para a construção de umasociedade humanista e cidadã.
Você também é responsável!