quarta-feira, 27 de julho de 2011

As Mazelas do Patrimonialismo da República Brasileira

Ao abordar as mazelas que o patrimonialismo causa àRepública, não se pretende estabelecer qualquer relação com o viés hipócrita davelha demagogia da ética e da moralidade, já tão desgastada pela falta deprática e pelo excesso dos discursos vazios.

Enfocaremos este assunto sob a égide da harmonia dohumanismo e da cidadania, onde a Democracia, a igualdade social e por que nãodizer, até mesmo o velho amigo Socialismo, são prioridades efetivas no sentidode determinar os rumos concretos da Nação.

O patrimonialismo faz mal à República porque consiste emlegitimar e legalizar feudos estatais na Máquina Pública que, mesmo distorcendoo curso natural do andamento da prática republicana, através das negociatasfeitas em nome de uma suposta governabilidade denominada aliança política, dá afalsa impressão de que a Democracia e a igualdade social estão ocorrendo dentrodo mais perfeito ordenamento jurídico e da plena cidadania em que, nenhumcidadão está tendo direitos subtraídos.

Entretanto, a realidade vem mostrando que, desde a inauguraçãoda construção do modelo de respaldo à governabilidade de Collor, por meio desurtos de delitos de corrupções que acabaram provocando crises que desaguaramem cassações e quedas de políticos, tanto no Executivo quanto no Legislativo eque, ainda poderão se transformar em caos, caso não haja um sistema de combateincisivo às mazelas, frutos dos vícios do patrimonialismo em nossa República emque, Grupos negociateiros vão se locupletar às custas dos suados impostos, pagospor todos, através dos feudos de cargos constituintes dos nossos Poderesconstituídos, Legislativo e Executivo, que compõem a quase totalidade da nossamáquina estatal.

Enquanto o vigor inescrupuloso do patrimonialismo ditar asregras de funcionalidade administrativa da nossa república, a Democracia e aigualdade social não terão exercício pleno. Vale a pena frisar que quando sefala na plenitude do exercício da Democracia e da igualdade social, não se pretendecorroborar a ilusão de que isso só vai acontecer com a eliminação das classessociais. Mesmo sendo este, o principal sonho do nosso velho amigo Socialismo, otempo tem mostrado que, dando a César o que é de César e a Deus o que é deDeus, atendendo aos verdadeiros ditames da equanimidade, a efetivação dohumanismo e da cidadania em nossas relações sociais, tornará a felicidade muitomais próxima do dia-a-dia de todos os brasileiros e brasileiras.

O Bem Comum, através dos produtos e serviços ofertados pelodesenvolvimento social, político e civil da nossa Nação, causará uma qualidadede vida jamais vista em todas as camadas sociais deste País, se conseguirmos extirparde vez, do nosso convívio cultural, o patrimonialismo como determinanteprimordial das nossas relações de Poderes Constituídos.

Para isso, é muito importante que os brasileiros ebrasileiras anti-patrimonialistas se desinibam para aproveitar este momento deextrema coragem da nossa Presidenta Dilma, apoiando-a, em cada atitude sua quevise enfrentar as mazelas causadas pelo patrimonialismo na nossa máquinaestatal.

Hoje, o Partido dos homens e das mulheres de bem deste País,deve ser o anti-patrimonialismo, por isso, vamos combatê-lo com toda a força danossa dignidade. O fim do patrimonialismo feudal nos poderes da nossa Repúblicadecretará a falência do assistencialismo paternalista e do populismoespetaculoso e em seu lugar, nascerá o suporte assistivo e a Democracia comigualdade social. Com o fim do patrimonialismo, não teremos mais, ossobreviventes da caridade daqueles que os detestam; mas, os sujeitosconstrutores da fraternidade que gerará a luta de um por todos e de todos porum. Com o fim do patrimonialismo, não precisaremos mais dos pais dos pobres;mas, dos filhos dos ricos produtores de riquezas para um Brasil de todos e detodas.

O fim do patrimonialismo promoveráa correção das assimetrias de oportunidades e de acessibilidade, concorrendoassim, para a mobilização popular exitosa que, por sua vez, despertarámobilidade social para a oxigenação necessária que, trará como fruto, aconsequente renovação dos atores do Poder deste País que, mesmo vivendo deretorno em retorno, será tudo aquilo que sonhamos, queremos e transformaremosem realidade, no dia em que conseguirmos nos libertar do autoritarismoumbilical.