terça-feira, 19 de julho de 2011

As Idas e Vindas da Consciênci​a Humana

Se a paciência, a resiliência e a resignação forem aliadas inalienáveis entre si, no processo de construção da produtividade intelectual estrutural de qualquer sistema social que tenha como intuito prioritário, o Homem como um fim em si mesmo, então, admitiremos com facilidade que nenhum ser humano, nascido nesta Terra de meu Deus, deixará de ter uma habilidade a revelar.

E, ao conceber a perspectiva desta esplêndida possibilidade, logo implementaremos a felicidade como viabilidade palpável efetiva alcançável às expectativas das nossas simbioses existenciais.

Vale a pena salientar que, para manter aceso o curso da busca ativa deste objetivo imprescindível, o diligente ensaio constante na perseguição implacável da consecução do acerto proativo, visando não perder de vista a realização do desenvolvimento das virtudes humanas em potencial, assegurará, com certeza, a fé inabalável no Homem em si mesmo, enquanto inesgotável fonte de fertilidade criativa concreta.

Entretanto, não se deve desconsiderar a contradição absurda, existente entre a conquista de inumeráveis avanços científicos técnicos e tecnológicos, se contrapondo à miserável condição humana de ser egocêntrico, mesquinho e míope, quando intenta interesses nano-corporativos reduzicionistas, imediatistas e gananciosos.

De frente desta terrível contradição e diante desta inesgotável crença libertária de emancipação e autonomia, nos parece razoável a proposição de ampliação do âmbito semântico conceitual de Direitos Humanos, não só, com o claro intento de corrigir
assimetrias das oportunidades humanas, como também, equacionar a essência humanista com a excelência cidadã, para vislumbrar a máxima de que todo mundo é capaz de alcançar a produtividade, condição fundamental da luta pela conquista do pertencimento a algum universo como protagonista natural dos trâmites processuais vigentes de alguma nação.

Seguindo o contexto em foco, faz-se necessário ressaltar que há mais de três anos, quando houve uma Conferência de Direitos humanos local, onde um palestrante muito preocupado, falava sobre a faxionalização dos Direitos Humanos, a gravidade desta suposta preocupação tornou-se mais importante, na medida em que a concepção é a
principal causa desta lamentável distorção que, por falta de zelo para com a nossa escala de valores sociais que, deveriam ser os norteadores mestres da nossa postura, ou os nossos conceitos sofrem influência dos vícios culturais umbilicais e autoritários, ou
pecam por deficiências de parâmetros nas definições de âmbitos dos alvos abordados, normalmente, equivocados, obscuros e leigos. Cabe frisar que direito Humano: instituto básico e fundamental de caráter difuso e/ou, universal, impessoal é um princípio que eleva o Homem como um fim em si mesmo.

Queremos dizer que quando falta ao ser humano, qualquer atendimento primário inalienável, um direito humano está sendo vilipendiado e a cidadania ultrajada. Com base neste desenho conceitual, pode-se conceber Educação como uma questão de Direitos Humanos.

Bem, como a faxionalização dos Direitos Humanos se trata de um desenho histórico irrevogável que já vem se configurando há algum tempo e traçando consequêcias inevitáveis ao conceito de avanços sociais, hoje, se falássemos em combate à violência, à discriminação, ou a algo de alcance semelhante, estaríamos tratando de prerrogativas sem as quais, a humanidade se ressente de modo acentuado ou teria enormes dificuldades para caminhar.

Entretanto, ao falar-se em combate à violência ou à discriminação contra A, B, C, D, etc, entende-se como defesa de Direitos de Diversidades, efetivando-se aí, a faxionalização dos Direitos Humanos. Não que os Direitos de Diversidades não tenham importância, mas, a abordagem fragmentada destes, pode reprimir inúmeras demandas, tendo como causas decisivas para isso, assimetrias de acessibilidades.

Ao ouvir há dias, um discurso do Senador Rodrigo Rollemberg, que ressaltava o papel do individualismo e do corporativismo do povo brasileiro como armas implacáveis de demarcação territorial para aferir reservas de Poder, após detectar a prática de programas de saúde para os padeiros, os pedreiros, por exemplo, conclui-se que falar sobre direitos de diversidades, já denota falta de atualidade em nossa análise, entende-se
que conforme os fatos, já se torna conveniente mencionar direitos corporativos.

Vale aqui salientar que, toda ação afirmativa que vise concretizar uma política pública favorável ao atendimento das prioridades sociais inerentes aos direitos de qualquer diversidade é legítima, justa e perfeita, no que tange ao desencadeamento de algum problema secular que, ao longo dos tempos vem obstruindo os avanços daquele segmento. No entanto, para que se possa obter resultados efetivos e definitivos no sentido de resolver, de modo cabal, as dificuldades que se apresentam, insistentemente, aos nossos olhos como desafios indissolúveis e eternos, precisamos redirecionar o alcance do nosso olhar sobre a amplitude do horizonte que queremos atingir, sempre que tivermos a intenção de resolver um problema social.

Providências essenciais serão necessárias para que tenhamos a dimensão exata entre aquilo que está em situação de risco provisório e aquilo que é condição permanente existencial, independentemente da promoção que possa ser feita em seu favor, da emancipação que este possa alcançar e da autonomia que lhe seja possível. Quem está em situação de risco transitório, faz parte de um público que precisa de um plano emergencial que traga respostas urgentes.

Enquanto que, aquele que se prenderá a uma condição permanente existencial, sem levar em conta a promoção, a emancipação e a autonomia, sempre dependerá de apoios estruturais, estruturantes e conjunturais para alcançar o seu rendimento possível. Deve-se frisar que este indivíduo como qualquer outro ser humano, não poderá ser olhado com outro olhar, senão, com o olhar humano, cidadão e fraterno, só que de maneira mais profunda, cuidadosa e contínua.

Pior do que isto, é constatar que o Homem, apesar de todas as evoluções técnicas, tecnológicas e científicas em geral, ainda se mostra incapaz de comemorar a conquista da harmonia plena através do reconhecimento dos valores universais como bens comuns a todos e a todas, independentemente de onde venham e para aonde vão.

O mundo não deveria precisar de subterfúgios para ser feliz. Dizemos isto porque, infelizmente, é de praxe que as bandeiras de luta alçadas em nome dos direitos das diversidades, não passam de meras estratégias alimentadoras de visibilidades individuais de "lideranças" de quinze minutos que só inviabilizam as verdadeiras construções de defesa das causas coletivas.